O ABC do Acne. Causas, tipos de lesões e de cicatrizes!

 

A acne vulgar é uma doença crónica e recorrente que se caracteriza pela inflamação dos folículos pilossebáceos. Clinicamente, a acne manifesta-se normalmente pela presença de vários tipos de lesões, como os comedões, as pápulas e as pústulas. As áreas mais afetadas são usualmente a face (especialmente na zona T do rosto – testa, nariz e queixo), o peito e as costas, que são zonas ricas em glândulas sebáceas.

As causas da acne são multifatoriais e não são ainda totalmente compreendidas. A puberdade é, geralmente, o principal fator desencadeador, devido ao aumento da produção hormonal, que por sua vez estimula a produção e secreção de sebo. No entanto, outras alterações hormonais (por exemplo, a gravidez ou o ciclo menstrual), o uso de cosméticos oclusivos, o calor húmido e a sudação excessiva podem também desencadear o aparecimento da acne.

Apesar da acne não ser uma doença preocupante, é uma doença com forte impacto psicológico e que afeta negativamente a auto-estima dos doentes, principalmente nos adolescentes, devido ao impacto negativo que tem na imagem.

A acne manifesta-se por um conjunto de lesões, as quais isoladas ou em conjunto, definem o seu tipo e gravidade. Existem lesões de dois tipos, inflamatórias e não inflamatórias.

As lesões não inflamatórias surgem na sequência da hiperqueratose de retenção no folículo pilossebáceo e incluem os microcomedões, que não são visíveis a olho nu e que são os precursores de todas as outras; os comedões fechados, que se manifestam como uma pequena elevação cutânea de cor esbranquiçada ou amarelada e que são vulgarmente chamados pontos brancos; e os comedões abertos ou pontos negros, que surgem após a dilatação do orifício folicular e a oxidação dos lípidos acumulados no interior do folículo.

As lesões inflamatórias têm origem nas lesões não inflamatórias e englobam as pápulas e as pústulas, ambas sequelas superficiais. As pápulas  caracterizam-se por eritema e edema e depois, por inflamação, progridem para pústulas, onde se observa pús [borbulhas com pús]. As lesões inflamatórias incluem ainda os nódulos e os quistos, que são lesões profundas e de maiores dimensões.

Por último, as cicatrizes atróficas, cicatrizes hipertróficas e quelóides, incluem-se nas lesões residuais.

As cicatrizes resultam da destruição do folículo pilossebáceo e do tecido à volta devido a uma reação inflamatória. As atróficas são as cicatrizes mais comuns e apresentam-se como depressões na pele. São aquelas que vemos mais frequentemente em pessoas com acne ou que sofreram de acne.
Pelo contrário, quer as cicatrizes hipertróficas quer os quelóides originam elevações na pele e são formadas pelo excesso de tecido fibroso depositado no local da cicatriz.

A acne é uma doença tão comum que podemos afirmar que é quase universal durante a adolescência. Em média, 85% dos adolescentes são afetados por esta doença que surge, geralmente, entre os 14 e os 17 anos nas raparigas e entre os 16 e os 19 anos nos rapazes.

A maior parte dos doentes com acne, cerca de 78%, apresenta lesões inflamatórias, enquanto que formas mais graves desta doença afetam apenas 2 a 7% dos doentes. Geralmente, a acne tende a ser mais grave, e também mais frequente, nas raças branca e negra e no sexo masculino. No entanto, quando surge já em idade adulta, as mulheres são as principais afetadas, estimando-se que a acne afecte tardiamente cerca de 15% das mulheres.

A duração da acne é variável. Esta doença, que tende a evoluir com a chegada da puberdade, tem, geralmente, uma resolução espontânea por volta dos 20 anos nos homens e dos 22 anos nas mulheres. Porém, em cerca de 40% dos doentes a acne não é auto-limitada e em 10% dos casos persiste depois dos 25 anos.

Portanto,  é essencial a adopção de um tratamento anti-acneico adequado e eficaz, de modo a evitar sequelas e a limitar a duração da acne.

Mais histórias
Clarisonic
Don`t copy text!