Agora com o regresso às aulas, muitos pais são avisados nas escolas que existem surtos de piolhos. E por prevenção devem ver a cabeça dos miúdos e no caso de existirem piolhos e lêndeas fazer o tratamento adequado. Infelizmente, muitos pais compram o produto de tratamento e esquecem-se das outras medidas fundamentais para a exterminação destes inimigos insuportáveis!
A pediculose é o nome que se dá à infestação por piolhos. É mais frequente nos miúdos, porque a proximidade entre eles propicia a propagação. No entanto, muitos adultos são infestados através de crianças com piolhos. Afinal, basta um piolho!
O piolho é um parasita que não voa nem salta. Como não tem asas, o piolho não voa nem salta. Desliza por fios de cabelo e aproveita a boleia de chapéus, escovas, ganchos ou fitas de cabelo. E as toalhas, as almofadas e os lençóis são um intermediário para atingirem um novo hospedeiro ou para infestarem uma cabeça já limpa.
Basta um único piolho para uma infestação. Diariamente, um piolho põe seis a oito ovos, que se colam aos cabelos – são as lêndeas. Sete a dez dias mais tarde, esses ovos eclodem, deles nascendo novos piolhos.
Os piolhos agarram-se ao couro cabeludo, e alimentam-se de sangue. As suas seis pernas curtas estão, aliás, adaptadas a esta forma de sobrevivência, tal como a boca está preparada para picar a pele e sugar o sangue através desse minúsculo orifício.
E quando surgem os piolhos, surge associado a comichão. A comichão é mesmo muito intensa, quase incontrolável e deve-se ao líquido anticoagulante que os piolhos injectam na pele. E de tanto coçar, corre-se o risco de se ganhar escoriações no couro cabeludo.
As crianças são as principais vítimas dos piolhos, seguindo-se as mulheres e só depois os homens. Em primeiro lugar, os miúdos pela proximidade uns com uns outros, facilitam a propagação. Segundo, as mulheres por terem o cabelo mais comprido facilitam o contágio pelos piolhos. No entanto, ninguém está a salvo de ser contagiado!
Existe ainda o estigma que piolhos é sinónimo de falta de higiene. Pelo contrário! Os piolhos são um parasita oportunista que se aproveita de qualquer fio de cabelo! Portanto, não é necessário ter vergonha!
No entanto, existem boas notícias para quem pinta o cabelo. Apesar de não estar comprovado cientificamente, os piolhos não gostam de cabelos pintados.
Piolhos e o Tratamento!
- Estar atento aos sinais de incómodo, sobretudo agora que é tempo de regresso às aulas. As crianças voltam a estar juntas, o que aumenta o risco. A comichão é um sinal a ter em conta e as informações dadas pelos professores também.
- Verificar o couro cabeludo é suficiente para fazer o diagnóstico. A melhor forma de o fazer é numa superfície branca [ou usar uma toalha branca] e passar um pente de metal. Assim se verifica a presença de piolhos e/ou lêndeas. Ter em atenção a zona atrás das orelhas e à nuca, os locais preferidos para os piolhos se instalarem.
- Se existirem piolhos ou lêndeas a solução é tratar, recorrendo a um champô ou loção anti-parasitas, que se aplica nos cabelos secos e se deixa actuar de acordo com as instruções da embalagem. Uma vez lavada a cabeça, há que pentear os cabelos com um pente fino de metal, com intervalos apertados entre os dentes. Existem pentes específicos para esta função, disponíveis na farmácia. Ir passando o pente madeixa a madeixa até deixar o cabelo livre de piolhos e lêndeas.
- Repetir o tratamento passado 7 dias. Toda a família deve fazer o tratamento devido ao elevado risco de contágio.
- Lavar roupa, lençóis, fitas de cabelo, tudo a 60ºC, bem como escovas, pentes e lacinhos. É a única forma de eliminar os piolhos, na medida em que são capazes de sobreviver durante algum tempo [um dia, não mais que isso, pois precisam de se alimentar de sangue constantemente] . E muitos tratamentos não são bem feitos, porque as pessoas falham este passo fundamental.
Como é que os produtos actuam?
Tirando algumas exceções, a maioria dos produtos não tem insecticida. O problema dos produtos com inseticida é que os piolhos vão criando resistência aos produtos.
Os produtos que não contêm insecticidas, funcionam por asfixiar e desidratar os piolhos e lêndeas. Assim, os piolhos não desenvolvem qualquer resistência ao tratamento. No geral, estes produtos podem ser usados a partir dos 2 anos de idade. No entanto, convém sempre consultar o folheto ou em caso de dúvida, falar com um farmacêutico.