Apesar de estar bem documentado que a proteção solar protege do fotoenvelhecimento e reduz os riscos de cancro cutâneo, uma série de estudos indicam que certos filtros UV actuam como disruptores endócrinos. Os disruptores endócrinos são substâncias que têm a capacidade de alterar a produção hormonal, por ligação aos receptores dos estrogénios, androgénios, progesterona e da tiróide.
O octinoxato [Octylmethoxycinnamate ou 2-ethylhexyl 4-methoxy cinnamate] é um dos filtros mais comuns e muitas vezes também chamado de Uvinul® MC 80, o OMC é um dos 27 filtros UV aprovados para uso em cosmética na União Europeia. A concentração máxima permitida é 10% na EU e 7.5% nos EUA. É um disruptor endócrino com actividade nos estrogénios, progesterona e hormonas da tiróide, que parece estar associado a infertilidade. Os mecanismos pelo qual o OMC actua ainda não estão bem definidos.
A oxibenzona [Oxibenzone ou Benzophenone-3] é um dos filtros solares mais usados nos EUA e também está na lista de filtros UV aprovados aprovados para uso em cosmética na União Europeia. A sua concentração máxima permitida na EU é 10%. É um disruptor endócrino com actividade nos estrogénios, progesterona e hormonas da tiróide, que está associado a problemas de imunidade. Aumenta também o potencial de células cancerígenas pulmonares se metastizarem. Estes 2 filtros solares passam para o leite materno e não devem ser usados por mulheres a amamentar.
Recentemente, o Havai criou uma lei que impede a venda de protetores solares com estas duas substâncias a partir de Janeiro de 2021, pois estas substâncias causam danos ambientais e agridem os corais. No entanto, foi pedido aos surfistas, mergulhadores e banhistas que evitem o uso de protetores com estas substâncias.
A maioria de nós sofre de exposição crónica a estas substâncias. Por isso, e para quem quer usar cosméticos com ingredientes menos tóxicos, a solução é confirmar a lista de ingredientes do próximo protetor solar a comprar.